segunda-feira, 11 de abril de 2016

até meus olhos sorriem.


várias designações poderiam vir antes do teu nome: cineasta, fotógrafo, tímido, misterioso. mas aquela com que eu mais me identifico é: meu amor. gosto quando abro os olhos de manhã logo cedo e a primeira imagem que me vem à cabeça é a tua. tu deitado de lado, com o rosto metade tampado no travesseiro, sorrindo para mim. gosto do que eu sinto quando tu me olha com as tuas piscinas azuis que me bagunçam, me inundam com sentimentos bons e fazem até meus olhos sorriem. 

dia desses li em algum lugar que "olhos nos olhos é raro eclipse" e pensei: "é exatamente isso". desde que te conheci comecei a estimar escadas rolantes, que são onde esses raros eclipses acontecem e me deixam fora de órbita. desde que te conheci destranquei meu coração e perdi o medo de deixar o amor me dilacerar. desde que te conheci que tu é o motivo dos meus sorrisinhos de canto de boca espontâneos. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

amor é bom pros que aguentam a sobrecarga psíquica

sábado, 14h32. meias espalhadas pelo quarto, patti smith ecoando gloria, abro "mulheres" de charles bukowski aleatoriamente e

"- E o amor? - perguntou Valerie.
- O amor é bom pros que aguentam a sobrecarga psíquica. É como tentar carregar uma lata de lixo abarrotada nas costas, nadando contra a correnteza num rio de mijo"












sim.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

sobre imensidão, tame impala e gato preto

recordo três coisas daquele sábado: era começo de outono, você usava blusa vermelha e bermuda e eu senti um friozinho na barriga que há tempos não sentia. do dia seguinte, lembro das lágrimas escorrendo pela sua face e o quanto que eu quis sentir aquela dor por você.

de lá pra cá, tenho feito um esforço sobre-humano para guardar direitinho na memória as situações, frases e toques que realmente aconteceram e não como eu queria que tivessem acontecido. sabe aquilo que a gente faz quando gosta de alguém de tentar deturpar a frase que a pessoa disse como nos convém? sabe as fantasias malucas que a gente cria na mente? pronto.

naquele domingo na sua casa, antes da gente começar a sessão de filmes de terror, de eu pisar na pata do seu gato sem querer e da gente ficar observando quem tinha a franja maior, você colocou o disco de uma das nossas bandas preferidas. mas eu precisei cruzar o oceano atlântico e mais de sete horas de tédio dentro de um avião para prestar atenção em uma frase dessa banda que define você para mim. "I was doing fine without you 'til I saw your face, now I can't erase", sabe? é isso.

eu gosto da forma como a gente enxerga o mundo juntos. eu gosto de parecer uma metralhadora de otimismo do seu lado, apesar de também ter minhas frustrações, inseguranças, instabilidades de humor. eu quero ser leveza. eu quero ser soma. então, por favor, fica aqui mais um pouco. pelo menos até o fim do verão. até o fim do carnaval, sei lá. até eu enjoar dos seus olhos verdes-heineken e você enjoar das minhas ironias.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

um dia eu aprendo

você e suas frases que me dilaceram, me sacodem, me fazem criar expectativas. quem diria que a esta altura da vida uma mensagem de três letrinhas ou simplesmente seu nome aparecendo no meu celular iam salvar o meu dia. de repente, a minha vida está sem graça, sem cor... ou vai que é a causa e efeito que sua voz e sua presença resultam em mim.


apareci porque queria um abraço e um afago seu. apareci porque estou cansada de olhar para os lados e não achar ninguém interessante. apareci porque sinto seu perfume pelo ar quando acordo, na hora do almoço, quando tiro a maquiagem às quatro da manhã depois de passar a madrugada bebendo com minhas amigas em alguma esquina vagabunda da cidade esperando você me mandar uma mensagem para ir ao seu encontro. é, apareci porque você não me chamou. 

apareci porque queria falar o que está engasgado na minha garganta. mas eu estava sem voz. engoli seco. me sabotei. como sempre. faço cara de poucos amigos, como minhas unhas, ignoro sua presença porque não sei lidar com ela. sim, até hoje não sei lidar com você e com essa química, causa, efeito. queria esquecer você um pouco e não lembrar do seu nome em cada frase ou música romântica que ecoa nos meus ouvidos. um dia eu aprendo a viver o que quero viver. um dia eu aprendo a lidar com você, com esse sentimento, comigo, com minha falta de coragem, com "queria te ver". nem que seja no caixão. um dia eu aprendo, márcio.

bjs, sua julia.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

quero adoçar teu coração


dia desses eu estava pensando nas coisas que quero fazer contigo. na verdade, não sei que conjugação do verbo usar. pretérito imperfeito? presente? de repente o pretérito perfeito composto é o mais certo. 

como eu estava dizendo, eu estava criando fantasias com a tua pessoa entre um gole e outro de café. passo alguns, ops, vários minutos do meu dia imaginando a quantidade de momentos, sensações, experiências que quero dividir contigo. 

há algumas horas, me peguei lendo caio fernando abreu e tinha uma frase que caiu como uma luva: "eu estava só começando a entrar num estado de amor por você. mas não me permiti, não te permiti, não nos permiti". e, oh, não é verdade? caio conseguiu traduzir exatamente tudo que acontece dentro de mim que teus olhos não conseguem ver. nem eu consigo. só sei sentir. teve algo que a gente deixou para depois. e esse depois, finalmente, se tornou agora. 
anos se passaram e, olha só, estamos aqui outra vez. deve ter algum motivo. alguma razão. já perdi muito tempo não me permitindo nesta vida. por isso, te faço uma proposta: vamos resolver o que precisamos? já entrei no barco e vou permanecer aqui esperando ele flutuar. se ele afundar, bem, aí te escrevo outro texto.

vou me permitir, vou te permitir, vou nos permitir, pois quero adoçar teu coração.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

(des)estabilidade


e aí que vários anos podem se passar sem a gente se dar conta dos pedacinhos interiores que precisam ser colados. podemos mudar de país, nos envolvermos com outras pessoas, parar de ter contato. e aí que começamos a ter responsabilidades, cabelos brancos e carteira assinada, mas tem algo que não muda nem com o relógio biológico correndo: sentimento. pelo contrário, tem sentimento que ganha vida e sai rasgando a nossa pele quando menos esperamos. 

e aí que a gente tem uma interrogação no estômago e aposta nossas fichas para ela se transformar em exclamação. e aí que no meio do caminho ela vira vírgula, continuação. e o que se tem a fazer é deixá-la indefinida guardada numa gaveta bem escondida até ela se tornar parênteses ou ponto final.

e aí que, como boa geminiana, não sei se quero que nossa história vire parênteses ou ponto final. quando penso na tua mão fria pegando na minha, quero reticências. quando penso na tua barba encostando no meu pescoço, quero parênteses. quando penso em tu sendo estúpido comigo, quero ponto final. mas é só recordar os dias que a gente dividiu o teu sofá e o quanto foi bom que tiro a ideia de parênteses, reticências, vírgulas, ponto final e a porra toda da cabeça. 

confesso que demorei a admitir, mas toda essa confusão mental nada mais é que falta de confiança. minha. e vulnerabilidade. sou assim mesmo: tento parecer uma rocha, mas por dentro tenho uma cachoeira seguindo o fluxo. e tu que me deixa assim. errada. mais tímida do que já sou. desconfortável. me deixa doída. às vezes me deixa muito doída, na verdade. 

mas aí eu penso naquele sábado que te vi tentando tocar bob dylan para mim com os óculos sujos de dedos e a taquicardia surge. (re)lembro da gente num certo show ouvindo uma das minhas músicas preferidas ao vivo e o quão foi bonito tu sorrindo pra mim e me arrepio. recordo da sexta-feira que tu apareceu de surpresa, pegou no meu cabelo e disse: "saudade". sei lá. algo embola lá no fundo. algo ganha vida. algo me desestabiliza. que nem te disse certo dia: tu me desestabiliza. quando te vejo, quando sinto tua mão encostada na minha, quando a gente brinda, quando teu nome salta na tela do meu celular, quando alguém cita teu nome. tu me desestabiliza.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Seguindo em frente.

Deveria saber que não existe o "para sempre", que as pessoas mentem, e que por muitas vezes não são verdadeiras quanto aos seus desejos e sentimentos sobre a vida. Porém, sempre fui do tipo que acredita em promessas, e nas palavras de outras pessoas. Ando cada dia que passa me deparando com coisas que me fazem desacreditar na humanidade, sinceridade, e no amor ao próximo. Não acho justo alguém lhe jurar amor eterno, dizer que você é o amor da vida, querer constituir uma família e todas essas coisas, e depois de pouco menos de quinze dias inverter tudo.Lhe deixa, quebrando todas as promessas,e volta com um alguém do passado. Isso me faz pensar que o ser humano é um indivíduo confuso e egoísta por natureza. Confuso ao ponto de dizer em um dia coisas tão lindas e ilusórias, e no outro jogar tudo fora, por puro egoísmo de achar que não era aquilo, e pouco se importar como a outra pessoa a quem fez todas as promessas vai ficar depois de tudo. Sinto um sentimento de indignação, de lacunas e tristeza ao mesmo tempo. Meu chão que antes era firme e sólido, agora parece mais uma espécie de areia movediça; onde cada passo que dou, não sei se estarei pisando em terra mais segura ou me afundando. Não se deve falar ou prometer aquilo que não se tem certeza, e se o fizer, tenha respeito pela outra pessoa. Não somos feitos apenas de carne e ossos, temos alma e sentimentos que podem facilmente se magoar com tanta insensatez. Peço a você, que um dia ler isso, para não cair no erro de querer acelerar o processo das coisas. Se amar alguém e quiser casar e tudo mais, antes de tudo tenha muita certeza sobre isto! Porque a pior coisa que existe é magoar profundamente alguém que um dia você disse ter amado. Não deixe que nenhuma pessoa por culpa sua, saia de seu chão firme e caia numa areia movediça em segundos. Vamos aprender a ser mais humanos, nos importar mais com os outros! Assim como gostaríamos que eles se importassem conosco.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Minha percepção sobre notas de Freud.

Concordo com Freud quando ele diz que um dos contatos humanos ou é por força de trabalho, ou por torna-lo objeto sexual. Citando uma ocasião onde pessoas com interesses mútuos se unem pela “força do trabalho”, seja ela qual for, e que disto pode evoluir para um bem querer ou um laço afetivo de amizade, respeito, ou por sentir-se seguro. Já sobre o outro como objeto sexual, concordo plenamente. Tendo a quase certeza que de início duas pessoas se atraem sexualmente falando por seu instinto animal primitivo, que pode ser; assegurar uma prole e com isso formar um legado de sua existência, ou pelo simples e puro prazer. Mas em minha concepção isso ocorre no início, onde os instintos falam mais alto. Escolhe-se o parceiro para copular primeiramente sobre algum tipo de desejo despertado, porém se mantido a diante esse suposto “objeto sexual”, passa-se a não ser apenas isso. E é ai que deixamos de ser apenas seres humanos seguindo nossos instintos primitivos, e evoluímos para algo que não passa a ser apenas troca de fluidos corporais e desejo. Cria-se um sentimento de bem querer, admiração, e porque não carinho ou deslumbre? Começam as trocas de confidências, que por vezes íntimas. É quando um ou ambos se dão conta que, a relação inicial com o fim sexual (e apenas esse) transforma-se em uma relação humana: demasiadamente humana. Onde não só os fluidos são trocados, mas também o sentimento de conexão, sintonia, e apreciação pelo corpo do outro e seus gestos. É nesse exato ponto onde o pensamento linear se choca com as emoções. Fazendo com que passem de objetos sexuais, para amantes que se conhecem e tem outro tipo de ligação. Onde instinto irracional e puramente animal de copular, torna-se, além disso, um elo de troca de emoções, desejos (reprimidos ou não), e conexão. Onde, por um momento sem que se perceba, dois corpos e almas fundem-se em uma só. Nesse momento palavras não são ditas, apenas falam os olhos, um fitando o outro. Enxergando o além corpo e matéria, o além ato, e sim verdadeiramente os olhos; chamados por muitos de “ a janela da alma”.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

conversando no bar.


                                                -"SERÁ QUE" é a minha pior angústia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Bad luck is killing me.



Quanto vale o amor?
Passar noites em claro, chorar até sentir que seu rosto virou uma quase bolha, escutar algumas músicas e logo pensar na pessoa “amada”?! Será que vale a pena tudo isso? O amor só dignifica alguém quando correspondido, se não vira quase que um veneno letal, que sai corroendo todo o organismo até só restar a amargura. O amor é destrutivo, feio, doloroso, um verdadeiro câncer silencioso (ou não). Não existe coisa pior que andar pelos cantos e ser assombrado a cada segundo com a imagem da pessoa que um dia também amou você (mesmo que por pouco tempo), lembrar-se daqueles bons momentos e logo cair na realidade fria e solitária. Existem tantas outras coisas na vida pra ocupar o tempo, pra se preocupar de verdade, e mesmo assim as pessoas insistem no amor. Por quê? Já tive a experiência de vivenciar um, daqueles devastadores de tirar o fôlego, e sinceramente não me valeu de nada! Apenas gastei meu tempo pensando como poderia ser diferente, e o dinheiro em análises. Não tem coisa mais dolorosa que amar. Alguém poderia de verdade me falar alguma vantagem desse sentimento? As vezes acho que foi só uma questão de azar mesmo, do mundo conspirando contra ou coisa do tipo. (inacabado)



Para escutar: http://www.youtube.com/watch?v=GCozUtGiZjk