terça-feira, 16 de março de 2010

procura-se fôlego.

Preciso passar um mês longe dessa cidade. Sem tecnologia. Incomunicável. Preciso passar um mês vivendo novas experiências, convivendo com outras pessoas e longe da mesmice. Desde quando meus amigos tornaram-se tão previsíveis? Eles começam uma frase e já consigo prever o resto dela. E alguns parecem repetições de outros. Se antes não tinham os mesmos hábitos e opiniões, com o tempo passaram a ter. Questiono-me: a convivência muda as pessoas ou elas sempre foram assim e eu que não enxergava? Desde quando as pessoas têm opinião para tudo? Até para as coisas que não sabem e não viveram? Estou consumida de preguiça de ter que argumentar sempre e argumentar a toa, já que estou sempre “equivocada”. Estou cansada de palavras como: ambição, futuro, salário, angústia. Não agüento mais ouvir pessoas que insistem em prever o futuro, ou melhor, planejá-lo. Um dia de cada vez, por favor. Irrealismo me cansa. Acredito que os ambiciosos dominam o mundo, porém até certo limite. E se a vida dessas pessoas não for como tanto planejaram? Vão viver frustradas, semanalmente no psicólogo, o que? Por favor, sem utopia e guardem os sonhos e a previsão do futuro para si. Ninguém é obrigado a ouvir mil vezes e ter que palpitar. Todo mundo já tem os próprios sonhos para colocar em ação.
Preciso de doses cavalares de ânimo, de um tempo de tudo isso, respirar e viver. Preciso parar de me justificar, opinar, vomitar angústias e tentar não surtar todos os dias. Preciso de fôlego.

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