sábado, 22 de maio de 2010

where two and two always makes up five.


Uma das poucas certezas que tenho na minha vida de solteira é: preciso ter duas ou três noites estranhas para ter uma incrível.
Quando digo “noite estranha” me refiro a acontecimentos inesperados que causam desconforto ou constrangimentos: brigas entre amigas, lugar cheio de gente suada que dança e se esfrega em você, limpar vômito alheio, pessoas que falam o que não devem e tentam forçar situações e por aí vai... Aquela noite que enquanto você volta pra casa jogada no taxi friorento pensa: “Que madrugada bizarra. Se eu tivesse dormido teria me poupado de certas coisas.” Contudo, as noites estranhas não diferem muito das incríveis no dia seguinte. Porque a realidade, meu amigo, faz questão de ser cruel.

Mesmo que você se divirta, ria até chorar, beba todas as cervejas do bar, conheça pessoas interessantes; no outro dia você vai acordar com os olhos borrados de rímel e sozinha. Inevitavelmente, ninguém vai ligar pra saber se a ressaca te visitou, se o enjôo bateu ou se você está com vontade e disposição de sair para comer o temaki número 16 do cardápio. Ou seja, a noite só foi incrível no momento em que estava acontecendo porque no dia seguinte você acordou com o rímel borrado e com a solidão como companhia.

A segunda-feira chega juntamente com as responsabilidades que tem que ser cumpridas, você relembra as noites incríveis do final de semana para dar fôlego e encarar os próximos cinco dias de bom humor. Sobrevive-se a mais uma noite estranha no final de semana seguinte, saboreia-se uma noite incrível no próximo e assim a vida noturna segue: oscilando entre noites estranhas e incríveis, mas com a certeza de que no dia seguinte vai ser inevitável acordar com a sensação de que precisa de mais.

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