domingo, 20 de junho de 2010

20/06


Dia 20 de junho, uma data que vai ficar se não pra sempre, mas por um bom tempo na minha vida. Como vai ser difícil olhar esse dia no calendário, e saber que foi um dos melhores e piores dias do ano. Nesse dia eu abri os braços pra a maior felicidade que se pode ter na juventude, e pra a maior decepção que um amor pode causar. Nesse dia eu nem imaginava o que aconteceria dois meses adiante, e o quanto iria me marcar. Nesse dia meu me senti a pessoa mais amada, mais querida, mais acolhida e completa. Sessenta dias depois eu era a humilhada, a enganada, a personificação do bobo da corte. Eu poderia resumir os últimos trezentos e quarenta e quatro dias como os mais felizes e os mais pesados de anos pra cá. Como dói acordar alguns dias e notar a falta de algo, como dói relembrar toda a história, como dói saber que já passou, e se fosse pra voltar ao tempo seria da mesma forma. É gratificante saber que esses vinte e um dias eu consegui amenizar essa dor que tanto me dói, essa falta de uma voz, de uma palavra, ou até da ausência dela. A minha cama continua vazia de você, vazia dos teus roncos, vazia das nossas brincadeiras, minha cama agora é um poço de recordações. Quantas vezes eu já não tive vontade de sair rasgando o tecido, retirar as espumas, pra ver se acontecia o mesmo com as minhas memórias. Mas se fosse assim, teria que ter uma nova cama, um novo quarto, uma nova vida, um novo nome. Não consigo fazer essa mutação, não agora. Pode ser que eu mude meu quarto, pode ser que mude até de endereço, meus sentimentos também podem mudar, mas o meu nome continua o mesmo: amor. Sabe, não adianta agora, que algum tempo já se passou, que algumas coisas mudaram, você me mandar mensagem falando de saudade e esperando a minha resposta. Nunca mais vou te responder, nunca mais vou responder o chamado do “amor” que você emite, porque de alguma forma esses poucos dias sem a tua presença me fizeram ver que sou uma pessoa maior, que o mundo é grande, que posso crescer com ele, e que a cada dia a dor de não te ter diminui. Obrigada você, por ter me dado o seu “amor”, o seu “carinho” e sua “sinceridade”, de mim teve o que podia, o que não podia. Obrigada por ter me mostrado de uma certa forma o que quero pra minha vida, e o que não fazer com outra pessoa. Daqui a alguns anos vamos ser apenas bons conhecidos, minhas mãos não serão mais inquietas e suadas ao te ver, meu coração continuará a bater da mesma forma, ou até mais brando. Mas por enquanto, todo dia vinte e um de cada mês do ano será um dia de silêncio, de melancolia. Nunca vou esquecer do dia vinte e um de junho, onde seus olhos estavam cheios de promessas vazias, e o meu coração cheio de esperança.

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