domingo, 20 de junho de 2010

365 dias sem ele.


Eu fecho os olhos e dói. Levando o braço direito e dói. Mexo-me no sofá e sinto dores nas costas. Talvez o meu corpo esteja alertando pra diminuir o ritmo, as bebidas, os excessos, antecipar a hora de voltar pra casa. O que importa é que meu corpo está sentindo a dimensão da dor que meu coração sente. Pela primeira vez os dois estão em harmonia e igualdade.
Um ano. Um ano e alguns dias que olhei pela última vez os olhos azuis mais bonitos e singelos que já vi. Um ano que eu, finalmente e infelizmente, soube o que é perder alguém. Alguém que foi essencial para eu me tornar o que sou e me ajudou a andar, formar minha personalidade e esteve junto a mim durante dezenove anos. Um ano que pela primeira vez chorei sozinha e descontrolada no escuro de tristeza - uma parte de mim se foi junto a ele - e alívio - pela as dores e sofrimentos suportados por ele terem cessado. Um ano que entro no quarto da poltrona rosa mais incrível e confortável, ninguém está deitado na cama esperando por um beijo, pois a mesma está vazia e ele não está mais lá como nos últimos anos. Ás vezes, eu me sento na poltrona e fico olhando para o teto esperando ouvir passos no chão até que percebo que ele não está tomando banho e nem está em outro cômodo da casa. Ele se foi, mas está imortalizado para quem o conheceu ou passa pela rua que leva o nome dele.
O tempo passa, podemos não perceber, mas o corpo e o coração vão sempre fazer o favor de nos lembrar.

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