domingo, 26 de dezembro de 2010

sobre perda que não se supera.

Três meses e meus olhos ainda lacrimejam quando falo de você e do quão incrível você era. Eu gostava muito de chegar à sua casa e encontrar você na cadeira de balanço com massageador para pés assistindo televisão. Quando você assistia futebol sempre tinha um copo de uísque ao lado e muito queijo e amendoim.  Se fosse jogo do Vasco, eu ainda ganhava bombons de caramelo no final da partida. Eu nunca mais comi aqueles bombons... Confesso que achava engraçado ouvir você chamar alguém de “cidadão”, pois das pessoas que eu conheço você era o único que usava tal expressão. Lembro bem das brincadeiras com sagüis, da paixão por Frank Sinatra e cerveja, das histórias no Rio de Janeiro, dos almoços, dos jogos de baralho e comer canjica até sentir enjôo, dos passeios de barco e do dia que acabou a gasolina da lancha e ficamos parados no mar por quase uma hora, e meu Deus, é tanta coisa que me lembra você que deve ser por isso que não tem um dia que eu não passe menos de meia hora te dando vida no pensamento: você era uma das minhas três pessoas preferidas no mundo. E quando você ganha vida na minha cabeça, eu sinto uma avalanche de sentimentos bons, mas quando me deparo com a realidade o que sinto é uma mistura de amor com dor. Ou dor de amor. E muita saudade. Três meses e a ferida não cicatrizou. Três meses e ainda acredito que vou te ver a qualquer momento e falar “boa noite, vovô”.

Nenhum comentário: