quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Recaída (parte 3)


O reencontro de Davi e Ana foi bem clássico. Uma tarde de domingo, num café. Os mesmos papos, a mesma sintonia de sempre.Alí foi onde Davi se perdeu novamente, deixou que todo aquele sentimento guardado e com cheiro de mofo tomasse vida.Passou pouco tempo, e saiu de lá com a certeza que algo mais na frente iria acontecer.Teve que passar as férias do meio do ano com o pai, em um interior. Conheceu novas pessoas, apaixonou algumas e depois, finalizou o ciclo. Foi embora. A volta pra a cidade era mais que esperada, até porque já tinha marcado de encontrar Ana.Davi sentia aquele mesmo aperto no peito, aquela mesma saudade, aquele mesmo desejo, mas ao mesmo tempo ficava indignado de como Ana marcava algo e sempre fugia, esquecia. Passou a achar que toda a saudade que Ana dizia que sentia dele era apenas falta do que fazer, carência. Um segundo encontro foi marcado. Davi chegou mais cedo no café, nervoso, sem saber oque falar, como agir. Pediu um expresso, sem açucar. Ana chegou, e a cada passo que dava, davi ficava mais nervoso. E tudo aconteceu como sempre, as mesmas conversas, os mesmos olhares, as mesmas piadinhas, o mesmo sentimento. Começa o filme, e ele não consegue fazer nada, quase não respira, e mantem o foco na tela. Ana tenta se chegar um pouco, tenta manter o contado da sua pele com a dele.Fim do filme e nada, nenhum beijo, nenhum olhar fixo, nada. Começa o jantar, e Davi vai logo se cansando de repetir todo o ciclo da mesmice dos dois, mas ao mesmo tempo não quer ir embora, quer ficar alí mais algum tempo olhando e escutando Ana. Até que, em uma conversa, ela comenta que ele estava estranho a noite toda, e sem mais lhe da um beijo. Diz que sabia des do primeiro encontro que isso ia acontecer, que já era esperado. Mas que coisa, logo Davi que aprendeu nesse tempo a esperar tudo dessa mulher escorregadia.Depois desse dia 17 alguma coisa parecia ter mudado, Ana estava mais próxima de Davi, e já se podia dizer que aquilo era um casal. Todos os encontros no meio da semana, todos os porres, as coisas compartilhadas, o karaokê, as piadas sem graça, as perguntas, as danças, tudo ia muito bem.Mas, depois de um tempo, Ana parecia conformada com aquela situação em-cima-do-muro, Davi se sentia desconfortável, porque começava a perceber que Ana nunca saia com ele pra lugares muito públicos, que nunca o apresentava a seus amigos, e que nunca falava bem de seus sentimentos. Ele ficava com aquilo tudo preso, esperando pra ser vomitado, mas o medo de falar e perder Ana era bem maior que isso, bem maior de querer saber o porque que ela sumiu por cinco meses da sua vida, e nem disse nada, medo de saber que ela não era apaixonada por ele, medo de encarar toda aquela coisa que ele já sentia.Uma noite, davi deixou bem claro que gostaria de namorar com Ana, e a resposta foi bem clara e rápida: “ainda é cedo”. CEDO!? Mas logo ela que dizia que sabia que davi tinha lutado pra conseguir ficar ao seu lado, que disse que tava com ele porque a um ano conheceu uma pessoa diferente das outras, cedo? Se tudo passa tão rápido na vida, se todo sentimento esfria e morre, porque negar esse? Davi ficou calado depois disso, saiu mais um vez com Ana, tentando ter coragem de dizer algo. Ficou mudo.Conversou com amigos, parentes, taxistas, e todos falavam a mesma coisa: paixão não é tudo, ainda mais quando só se tem de um lado.Fez pedido pra todos os santos, consultou mais uma vez as cartas, horóscopo, e isso tudo pra ter coragem de desabafar com Ana. Hoje, Davi pensa em abandonar tudo, começa a cansar de toda luta. Ana parece ter uma pedra, e não um coração. Repito: Ana, não se deve brincar com as pessoas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nota mental 3.

Onde está o meu chão?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nota mental 2

Estou precisando respirar um pouco. Quem sabe um bar, uma boa briga, umas mulheres... Preciso mesmo é dos amigos por perto.Preciso sair gritando até perder todo o ar, ficar rouco ou sem voz. T-e-n-h-o que de alguma forma amenizar todo esse peso que ando carregando, todos esses sentimentos, palavras, dúvidas. Não consigo mais escrever coisas produtivas, não consigo sair pros lugares agitados. Fico como sempre fiquei: esperando uma ligação...

Nota mental 1.


O meu tempo está acabando, to começando a ficar cansada. Odeio a sensação de andar, andar e me sentir presa, no mesmo ponto. Quero definição, coragem, iniciativa. Gostaria de ser só por uma noite alguém muito firme, e que falasse tudo que sente. Preciso de algumas doses.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

now i know about you.



Bem isso.

Tem amigo que só te procura quando é conveniente. E tem como hobby transferir a culpa pra você de algo que quem fez errado foi ele. Concordemos que não sou obrigada a perceber isso e continuar fingindo que a amizade ainda é linda, sabe?
Depois de algumas sessões de terapia, eu decidi não dar mais espaço pra me sentir manipulada e usada.
Focalizar no que importa porque gente desinteressante embaça minha vista.


Para ouvir: 


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

tô assim:

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cartas para Ana vol.1




Venho por meio desta carta mostrar um pouco da minha indignação sobre a saudade. A saudade pra mim não depende de espaço e tempo, posso ter saudade de uma pessoa, mesmo que eu esteja ao lado dela, exemplos: posso ter saudade do que ela um dia foi pra mim, ou porque o carinho é tão grande, que nem passando mil horas junto mataria aquela vontade de ver e tocar. Não entendo como alguém diz ter saudade, e quando pode “matá-la” prefere calar, sumir. Dói saber que a saudade que você sente de mim é apenas falta do que fazer. Me fazia tão bem ler aquelas palavras (“queria que você estivesse aqui”) pela noite, em querer adiantar a minha volta só pelo simples prazer de te ver. E agora que eu estou aqui, bem perto, cadê você e a sua saudade? Ana, não se deve brincar com as pessoas.
D.

(Davi resolveu não entregar essa carta pra Ana, e sim fazer várias outras para entregar de uma vez só)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma cura (parte 2)


Depois de alguns meses, Davi pensa em todos os momentos que passou com Ana, porem de outro ponto de vista. As conversas no carro com as músicas, aquilo não passava de uma certa afinidade, não tinha nenhuma mensagem subliminar e nem algo parecido envolvido naquilo.convenhamos que hoje em dia o seu filme preferido também pode ser o de uma outra pessoa não o torna um grande elo. Certamente nada, e nem ninguém estava conspirando a favor dos dois. E daí se ela lembrou dele e o presenteou ; se faz isso com amigos, com familiares, com conhecidos e com pessoas em geral. Ana não tem quatro braços, duas bocas e nem vinte cérebros, ela é apenas uma pessoa normal e com bom gosto, beleza mediana e um charme mais que comum. Todo mundo pode sumir da vida do outro, basta querer ou ter bons motivos. Não foi nada que Davi falou ou fez, apenas a vida, que por muitas vezes ingrata vai lá e separa as pessoas. Não dessa forma, mas coisas parecidas já aconteceram com ele. Ana não foi a primeira e nem a última. Davi começa a ver que se um pedaço dele ficou com ela, ele ainda tem muitos outros para deixar com outras pessoas, talvez o corpo inteiro. A única coisa que se tenta salvar de qualquer tipo de relacionamento é a cabeça, e os pés também, procurando sempre manter no chão. Um dia qualquer Davi leu um texto de Carpinejar, que dizia que o fim é lindo!Certamente. No final as coisas sempre ficam mais claras, tudo antes que foi consumido pela paixão reaparece de outra forma, mais clara e prudente. As vezes e quase sempre, as palavras são apenas palavras, as músicas apenas tocadas, e as pessoas apenas de passagem. Ainda não está no momento do pôster voltar para a parede, e nem daquela bendita blusa ser usada, mas pensar em Ana já não dói como antes. Agora ele pensa em voltar a ser bonito, em sair para conhecer pessoas novas, e fazer coisas produtivas. Decidiu não só trocar a marca do cigarro, mas também parar de fumar, controlar seus comentários ácidos, e continuar sempre dando preferência aos amigos e as suas festas memoráveis. A ferida já está quase que curada, e ele não se importa mais com as cutucadas de Ana, passou a ignorar. Agora nada vai mudar, nada vai andar pra trás. Percebeu também que os cheiros de fritura e de alho saem facilmente com um bom banho quente, e que existe sempre alguém aí no mundo para achar graça de suas piadas (quase sempre sem graça), dos seus sorrisos, e de sua voz desafinada. O grande problema de toda essa história foi criar uma projeção perfeita de Ana, e eu nem preciso falar que não existe nada perfeito, porque isso é bem intrínseco. A realidade é o que nos resta.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma doença chamada Ana (parte1)



Davi não consegue dormir. Eram 4:15 da manhã e seu único estimulo foi o de abrir a janela do quarto, acender um cigarro e tentar parar de pensar em Ana. Resolveu parar de fumar também, mas pra Davi o cigarro funciona como um botão liga/desliga; enquanto fuma, esquece um pouco dela, mas logo no próximo trago vem a lembrança que ele e Ana, compartilham da mesma marca de cigarro. Olha pro céu, pro prédio vizinho em busca de fuga, e tudo o que consegue é voltar o olhar pra dentro de seu quarto. Para o pôster ali, na parede em frente a sua cama. Seria menos doloroso se esse tal pôster não fosse do filme preferido de Ana. Quebrar, rasgar, vender, dar, tudo isso já foi pensado, mas apenas nos momentos de raiva, como se Ana fosse o pôster, mas falta a coragem. Num ato masoquista, a primeira música que vem a sua cabeça também esta relacionada com o filme, a uma conversa no carro, e a voz de Ana que dizia: “sabe de onde é essa música? do filme!”. Meio que em transe ele repete: no, I've never met anyone quite like you before. Quando da por si, está arrancando o pôster da parede, guardando por trás do armário, e pensando em dar aquela camisa que ganhou de Ana (sim, do mesmo filme) a um amigo, mas logo vem a imagem de outro corpo que não o seu, usando algo de Ana. Cansado de tantas outras notas mentais, Davi fala em voz alta: vou guardar tudo em um lugar só, bem escondido, e depois de um ano voltar a ver. Seria bom que isso fosse possível, porque quando uma pessoa se instala assim, como Ana em Davi, fica quase que impossível de extrair ou até ignorar. O maior erro que se pode cometer, é permitir que um alguém invada seu eu, e dele leve consigo as suas particularidades. Mas como evitar se as duas pessoas são parecidas demais? Davi, que nunca foi dessas coisas, começou a ler livros de auto-ajuda, a pedir conselhos pro horóscopo diário, e até acreditar que isso fazia parte de um inferno astral. Não era. Antes de tomar a decisão de esquecer Ana, ele tentou se relacionar com outras garotas, mas que de nada servia, apenas base para comparação. Tentou beber mais que o normal, pra ver se com uma bebedeira lavava Ana de seus pensamentos. Não conseguiu. Davi já estava cansado de tudo isso quando resolveu ficar só. É ficar só. Evitando magoar outras pessoas e a si. As mesmas roupas, o mesmo cabelo, as mesmas bebidas, pessoas e lugares, tudo aquilo começava a incomodar mais que o normal, onde a qualquer momento esperava que Ana entrasse por uma porta, e o tirasse Dalí. Tal situação meio que virou um ciclo vicioso, então vem a idéia de mudar de vida, ler coisas melhores, e até fazer um curso de comissário de bordo. Davi pensa muito em viajar, conhecer outras cidades e até países, outras pessoas, e quem sabe, até manter o mesmo ciclo vicioso em outro lugar. Mas essa mudança toda não adiantará se ele ainda levar as lembranças de Ana. Certo dia Davi acorda um pouco doente, e decide ficar mais tempo na cama, pra ver se com isso uma melhora vem. Sem querer acaba adormecendo e caindo em um sonho meio estranho, onde apresentava um programa de auditório, e fazia um número de canto e dança pra uma platéia de amigos. Alguém aperta pausa, e todos na sala se divertem com o vídeo, Pedro, Clara, Alice, Antônio e Ana; Que ri com um ar de ternura, achando divertido e vergonhoso. Olha pra Davi como a muito tempo não fazia, o puxa pelo braço, caindo assim no sofá ao lado dela, e sendo carinhosamente abraçado. Davi sente o cheiro e o calor de Ana, mas algo está errado, pois ele sabe que é um sonho, mas dentro dele finge se enganar só pra abraçar Ana por mais um tempo. Acorda. O que era lindo virou um pesadelo, nem mais direito de sonhar ele tem, onde antigamente era o seu refugio, agora foi invadido e dominado por ela. Costumava ser bonito, engraçado, e as vezes até charmoso; depois dela não penteava mais os cabelos, deixava o humor em segundo plano, não se perfumava mais, e nem escolhia direito suas roupas. Parou de sair com o intuito de conhecer novas pessoas, os seus amigos eram o bastante, e por isso não sentia vontade de ser bonito, porque ali não rolaria nada. Podia sorrir, chorar, contar piadas sacanas, e até fazer comentários mais ácidos de que o normal, que ficaria tudo bem. Os amigos por sua vez, notavam algo de diferente nele, aquele comportamento não era natural de Davi. Uma amiga chegou até a perguntar se tudo estava bem, o porquê da mudança de comportamento, e recebeu um “está tudo bem” como resposta. Mentira. Agora Davi espera e luta para tentar extrair Ana cada dia um pouco de si, e pensa nele mesmo como uma rosa fantasiada de raposa. Sempre tentando cativar os outros, gastando sua boa vontade e sorriso, mesmo sabendo que no final vai ser abandonado, para que esse outro alguém já cativado, consiga achar a sua rosa. É certo que nessa vida estamos apenas de passagem, por muitas vezes e principalmente em momentos de raiva, achamos que isso tudo é bobagem e que nada no mundo importa, que pode viver sem; mas todo mundo quer um amor, um alguém pra cuidar, pra dar aquele bom dia de verdade, e todo dia gastar os melhores sorrisos. A pergunta que sempre fica na cabeça de Davi é: quando é que a fantasia de raposa não mais caberá, e alguém verá uma rosa? Quem vai querer uma cheia de espinhos, com algumas pétalas murchas e cheirando a fritura e alho?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

além-amor.



Carta n° 1


Querido Carl,
Sabia que você é minha pessoa-motivo?
Bebo duas xícaras de café ás 7 da manhã enquanto leio o jornal e lembro-me de você.  Vou pro meu subemprego, me estresso o dia inteiro, vou pro curso de informática, enfrento duas horas de trânsito pra pegar as crianças na escola. Ouço o rei Roberto e lembro-me de você. Até quando estou na fila do banco estou pensando em você. Saio de casa ás 8 da manhã e volto ás 23 horas com um sorriso estampado no rosto porque sei que vou te abraçar. Você é a pessoa-motivo que me faz continuar sobrevivendo e suportando. É o girassol na lama que é minha vida.

Carta n° 2
Querido Carl, amor de muito
Eu queria te colocar numa caixinha, pois só assim não teria como a gente se desgrudar um minuto sequer. Eu te alimentaria com paçoca e coca-cola e te levaria ao futebol nas quartas-feiras. No inverno, eu te aqueceria com um lençol preto e vermelho e faria trinta minutos de cafuné.
Dá um jeito de caber na caixinha? Eu prometo não te sufocar.

Carta n° 3
Querido Carl, com dor
Estou te esperando há cinco dias. Já não tenho mais unhas devido a ansiedade que anda incontrolável. Há cinco dias você está imóvel num quarto de hospital frio e com paredes tão brancas que me dão ânsia de vômito. Para amenizar minha dor, eu canto todos os dias no seu ouvido.
Sabia 
Gosto de você chegar assim
Arrancando páginas dentro de mim
Desde o primeiro dia
Sabia
Que ia acontecer você, um dia
E claro que já não me valeria nada
Tudo o que eu sabia
Um dia
Estou tão esperançosa quanto a sua recuperação que até comprei balões e coloquei cortinas coloridas para quando você voltar pra casa. E pra mim. Eu nunca entendi porque muita-saudade não tem hífen.

Hoje, Carl tem trinta e quatro anos e ainda não abriu as cartas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

o cansaço.


a gente vai cansando de ter diálogos forçados com pessoas desinteressantes, ter que cumprimentar quem a gente odeia e sorrir como se a vida fosse flores.
a gente vai cansando de esperar de segunda a sexta a hora que o expediente termina. e vai cansando de ter dor na coluna, ter que fazer feira, ir ao salão fazer pé, mão e depilação.
a gente vai cansando de ouvir o Sgt Pepper's, comer sempre o mesmo sabor de pizza, beber a mesma marca de cerveja e ter ressaca nos finais de semana.

a gente vai cansando de fingir que está feliz, quando estamos desabando. a gente vai cansando de sentir angústia, ansiedade, remorso, medo. a gente vai cansando de se justificar, do esforço diário para continuar lúcido, de procurar a felicidade plena.

e a gente vai cansando de esperar esperar esperar
que o tempo
pare
ou
passe.

a gente vai cansando cansando cansando cansando de cansar.

até que a gente trava.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

inefável.


Ontem, eu apaguei um cigarro no meu braço só para sentir arder, me sentir ainda mais viva e acreditar que o turbilhão dentro de mim é real. Fico assustada quando percebo que evolui em tão pouco tempo de iceberg humano a sentimental e como você deixou de ser uma parte em mim e se tornou inteiro. “Todos podiam ser incríveis como você e não são”. E nunca serão, pois só você consegue ser ácido sem deixar de ser benevolente. Falar as frases mais lindas do mundo sem parecer bobo. Me surpreender todos os dias. Todos os dias. E tantas outras coisas que eu poderia fazer uma lista imensa.
Ás vezes, eu quero te sacudir e pedir uma explicação de como você consegue beirar o inacreditável, mas a resposta é clara: sendo você. Sendo esse alguém que quanto mais conheço, mais gosto e que eu poderia passar o dia inteiro contemplando. Em silêncio. Só olhando e apertando as bochechas rosadas. Meu estômago embrulha toda vez que penso na sorte que tive de te conhecer.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

QUE SE FODA!


Que se foda! Já está tudo fodido como sempre. Porquê será a vida assim, e o caminho tão rigoroso? Estou cansada de tudo isso. Estou cansada de mim, estou cansada das pessoas, dos sentimentos, de respirar, de comer, de ter que sorrir, to cansada de viver essa vidinha de merda e ter que me conformar com toda essa podridão. Chafurdem na lama agora, com todos esses momentos que não nos servem de nada, toda essa esperança infantil, todas essas coisas demasiadamente bonitas e alegres. Nada é assim, nada funciona dessa forma. Devemos nos acostumar a esse caos que vivemos, porque ele sim é a pura realidade. Vamos deixar os amores pros contos, que lá sim eles são bem representados, porque aqui e agora é uma coisa que não está, e nem n-u-n-c-a vai funcionar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

disseminando paulo leminski.

          A obra de Paulo Leminski é tão incrível que sinto prazer em disseminá-la e, como ter frases nas portas do guarda-roupa e a pele marcada é insuficiente resolvi compartilhar por aqui também:













quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

eu não quero ter alzheimer.


Dizem que a memória humana é uma máquina de tirar retratos e nesses últimos dias eu tirei a foto mais bonita: você com o braço esquerdo no meu ombro, de frente para o mar, ansiando em ver uma estrela-cadente no céu enquanto tocava Vienen Bajando. Até que você viu três estrelas-cadentes. Eu não tive a mesma sorte. Não sei qual foi o pedido que você fez, mas eu pediria que você não tirasse mais o braço do meu ombro.

Lembro quantos sentimentos bons eu senti quando vi você tocar Island in the Sun pela primeira vez. Eu nunca te disse, mas relembrar esse momento é a cura do meu tédio. Penso que para guardar todas as imagens bonitas que tenho registrado mentalmente até agora - como você correndo na chuva de peito estufado e jogando dominó com o sorriso sonolento mais bonito que já vi - eu preciso comprar um álbum de fotografias do tamanho do estádio do Sport. Ou torcer para nunca ter Alzheimer.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vício.




E agora, bem devagar você sussurra no meu ouvido: “Let’s defrost, in a romantic mist. Let’s get crossed off everybody’s list, to celebrate this night we found each other. Let’s get lost.” E girando a cabeça quase que imediatamente eu respondo: já estou.