terça-feira, 9 de março de 2010

i'm not cruel and you're not evil

Já passava das três da manhã de um sábado, quando você disparou: “eu não entendo os teus sinais.” Minha vontade foi de te sacudir e te explicar que não tem o que entender. Eu ajo assim. Eu sou assim. Não te ignoro porque sinto prazer. Não é fácil ter que conviver com a tua figura todo dia.
Sou geminiana: perco o encanto rápido.
E é exatamente o que tento preservar e não percebes. Não dá pra te deixar fazer parte da minha rotina simplesmente porque só te quero nos fins de semana.
All night long.
Não é tão difícil tomar conta daquilo que não se pode possuir. Ou não quer possuir. Digo e repito: só te quero nos fins de semana. Naquelas noites de sexta-feira cansativas e depois da aula, quando estou com uma dor de cabeça dos infernos e quero teu ombro e nas de sábado, quando as cervejas tentam esconder algumas vezes a carência, confesso que adoro quando você está lá.
Eu queria ter coragem de te dizer que assim podia ter dado certo, sabia? Sem tuas cobranças talvez tivesse sido mais fácil. Talvez sem essas discordâncias entre nós, minha indiferença muitas vezes e tuas cobranças eu tivesse agüentado essa situação por mais tempo. Mas cansei. Cansei de ficar me justificando por besteiras pra você, que me parece tão pouco. Preciso de novas sensações, sabe? Preciso parar de tentar te evitar no meu dia-a-dia e mudar de calçada quando te vejo.
Eu fujo pra não ter que me justificar.
Hoje, enquanto esperava ser atendida na dentista, ouvi uma música de New Order que dizia: “open hearts, empty spaces (...) far and wide, sweet and simple”. Foi aí que a ficha caiu: eu não te quero pra mim. Eu não te quero do jeito que você quer que eu te queira. Eu não te quero na minha rotina, mas, como a própria música diz: “good times around the corner.”

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